A próxima temporada reprodutiva das tartarugas marinhas no Sul da Bahia, que ocorre anualmente entre setembro e abril, já contará com o novo Centro de Reabilitação de Quelônios em plena operação no Terminal Marítimo de Belmonte. O Centro será o único na região autorizado a reabilitar esses animais para que possam ser reinseridos no meio ambiente. A instalação está sendo construída pela Veracel Celulose, que também fará a gestão do Centro juntamente com um veterinário e equipe especializada.
O centro também será habilitado para diagnosticar as causas de mortes das tartarugas e gerar indicadores que contribuirão com novas ações de educação ambiental e de proteção das espécies no Sul da Bahia. Por temporada, são registradas uma média de 50 a 70 mortes de tartarugas que passarão a ser necropsiadas e investigadas, a depender do estado de decomposição.
“O Centro terá capacidade para reabilitar quatro animais ao mesmo tempo, muitos inclusive de espécies ameaçadas de extinção, e será a peça que faltava em nosso trabalho do Programa de Monitoramento de Quelônios já realizado desde 2005 pela Veracel em 35 km de praias do Sul da Bahia” destaca o coordenador de Meio Ambiente da Veracel, Tarciso Matos.
O coordenador de Meio Ambiente destaca ainda que entender a causa da morte das espécies da região irá possibilitar realizar análises mais profundas sobre o que vem acontecendo com as tartarugas e vai contribuir efetivamente com a ciência nos estudos sobre preservação das
espécies. Com previsão de iniciar sua operação em setembro deste ano, a construção do espaço foi iniciada em abril e deverá entregar uma área total de cerca de 600 m2, contendo 4 tanques para reabilitação.
A obra está sendo feita nas adjacências do Terminal Marítimo de Belmonte, local onde a Veracel opera o transporte marítimo de suas cargas de celulose, e atende às condicionantes de operação da companhia nessa área. O atendimento será feito aos animais identificados pelo time de monitoramento do Programa da companhia dentro da faixa da foz do rio Jequitinhonha e da foz do rio Guaiú-Mirim. Contudo, no futuro, o Centro poderá receber quelônios marinhos de outras áreas do Sul da Bahia em parceria com os órgãos
ambientais competentes.
O Programa é realizado por todo o ano e é intensificado durante a temporada de desova das espécies, de setembro a abril. A iniciativa conta com uma consultoria especializada e um time de biólogos para acompanhar as espécies e contempla a execução de cerca de 200 horas de monitoramento mensal, diurno e noturno.
Durante o período reprodutivo de tartarugas marinhas na costa brasileira, as equipes realizam ações para proteção de ninhos e preservação dos ovos, seja com marcação, colocação de telas de proteção ou com a transferência dos ovos, caso estejam em uma área de risco para os filhotes. Somente nas últimas cinco temporadas de desova, foram registrados mais de 87.000 nascimentos de tartarugas na região de monitoramento.
Todas as atividades a serem executadas pelo programa contam com metodologia e periodicidade definidas e respaldadas por Autorização para Manejo de Fauna, emitida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Além do acompanhamento da reprodução dos animais, o Programa também realiza o registro da presença de quelônios encalhados nos trechos monitorados.