Líder da Maioria na Câmara Municipal de Salvador, o vereador Paulo Magalhães Jr. (UB) não deixou claro sua posição em relação à judicialização da recondução do presidente da Casa, Geraldo Jr. (MDB), que foi reeleito antecipadamente, em um pleito relâmpago, com amplo apoio dos vereadores, desde a oposição à situação. O edil limitou-se a dizer que a reeleição foi ‘inusitada’ e resultou em ‘uma avalanche de antecipação de eleições” nas casas legislativas do estado.
Para Magalhães Jr., embora agora compondo a bancada de oposição, Geraldo Jr. manterá os trâmites da casa, em uma ‘postura independente’. O líder da bancada do governo na Câmara foi taxativo em reafirmar que o mdebista goza da confiança do grupo político encabeçado pelo pré-candidato ao governo do estado, ACM Neto (UB).
“(Há) muitos vereadores comentando, especulando, como serão os próximos dias da Câmara Municipal de Salvador, mas eu não tenho dúvida que a Câmara vai se manter do lado da cidade, independente de lado político, sempre foi a independência dos poderes e a forma imparcial de conduzir a presidência da câmara. E eu não tenho dúvida que isso vai permanecer”, disse.
“Eu já fui governo, contava com Geraldo Jr. na base, mas Geraldo sempre teve uma postura independente, acho que ele vai continuar da mesma forma, agora do lado da oposição, do lado da bancada da minoria, mas vai ter a mesma posição de mediador, de magistrado, mantendo as votações da casa, porque isso que é importante.”, continuou Magalhães Jr.
O vereador negou que o União Brasil seja o único partido a contestar a recondução de Geraldo Jr, afirmando que há ‘vários questionamentos’ em relação à reeleição
“Na verdade foram muitos questionamentos. Não foi só a União Brasil. É uma coisa que todo mundo vinha comentando, que era uma situação muito difícil, inusitada, começando aqui por Salvador e vocês puderam acompanhar que deu exemplos aí, algumas câmeras do interior tentaram também fazer essa antecipação (da eleição), fazer de forma até muitas vezes sem consulta e o que a gente viu aí foi uma avalanche de antecipação de eleições em todos os municípios do estado e de outros estados também.”
Questionado se o governo de Bruno Reis havia mesmo sido informado da recondução, Magalhães Jr. afirmou que o executivo municipal sabia do processo e que, em algum momento, houve questionamentos sobre a conveniência da reeleição, classificada como ‘inoportuna’ no momento.
“Em algum momento se questionou, claro, por que não esperar mais um pouco já que naquele momento teria algumas definições partidárias (janela partidária), era a última semana das decisões dos partidos, então era um momento que talvez não fosse mais oportuno para realizar aquela eleição, mas (Geraldo Jr.) sempre teve a nossa confiança desde o início. Então a confiança sempre prevaleceu. O Geraldo sempre gozou da confiança do prefeito (Bruno Reis), do ex-prefeito ACM Neto, de todo o grupo político.”