Após um levantamento apontar que, nos últimos cinco anos, 46 empregadas foram resgatadas em condições análogas à escravidão, a vereadora Ireuda Silva (Republicanos) defendeu, nesta quarta-feira (27), uma maior valorização da categoria. Para a republicana, é preciso que haja uma profissionalização cada vez maior visando mais dignidade e condições de trabalho.
“Ainda com uma mentalidade construída em nosso passado escravista, a sociedade brasileira por muito tempo teve o costume de tratar a empregada doméstica como uma mera serviçal que não merece nem precisa de direitos. Essa cultura tem mudado aos poucos nos últimos anos, mas a situação das empregadas domésticas ainda é muito desigual em todo o país”, aponta Ireuda.
Ainda de acordo com o levantamento publicado pela colunista Cris Guterres, somente 25% de todas as domésticas têm carteira de trabalho, a maioria está na informalidade, ganhando menos de R$ 800 por mês. Quando é negra, a média “salarial” é 15% menor.
“Nossos 300 anos de escravidão ainda se impõem como um fantasma, levando o brasileiro a não ver problema em explorar o outro menos favorecido; em pagar um salário irrisório enquanto o impede de ter uma vida própria, uma vida digna, sendo obrigado a atender demandas a qualquer hora do dia ou da noite. Neste Dia da Empregada Doméstica, defendemos mais direitos e dignidade para elas, pois o período escravocrata já acabou”, pontua a vereadora.