Elas passam a fazer parte do sistema compartilhado
À primeira vista, elas não parecem ter diferença das mecânicas, mas um leve toque nos pedais gera um impulso diferenciado. Verdadeiras aliadas nas ladeiras que são símbolos de Salvador, as bicicletas elétricas agora fazem parte do sistema público compartilhado da cidade. A operação de 30 delas será iniciada nesta sexta-feira (1º) e a previsão é de que 200 estejam disponíveis até o final do ano. Quase um terço das bicicletas públicas da capital baiana serão elétricas a partir de 2024.
Seja para pedalar até o trabalho ou curtir a orla durante os momentos de lazer, a inovação facilita a vida dos ciclistas e potencializa a mobilidade urbana. O funcionamento das bikes elétricas é o mesmo para quem já está acostumado a pegar as laranjinhas nas estações espalhadas pela cidade. O usuário precisa baixar o aplicativo Bike Itaú, escolher uma das opções de plano e desbloquear a bicicleta através da câmera do celular. Quem escolher as elétricas arca com um custo adicional de R$4,90 ou R$3,50, a cada 15 minutos, a depender do tipo de plano contratado.
As bikes elétricas chegam a 25 km/h e cada carga é suficiente para percorrer 60 quilômetros. Para os ciclistas que só pedalaram bikes mecânicas até agora, não tem segredo. As elétricas têm a tecnologia de pedais assistidos e o diferencial é que um leve toque feito sem esforço promove um impulso considerável.
Elas podem ser deixadas em qualquer uma das 50 estações que já existem na cidade e serão colocadas nas ruas já carregadas. Será possível diferenciar o veículo tradicional do novo por meio de um símbolo de raio, no aplicativo do Bike Itáu, que identifica as unidades elétrica
A previsão é que a partir do ano que vem as estações consigam completar a carga, o que leva em torno de duas horas. A implementação das bikes elétricas é uma ação da Prefeitura de Salvador em parceria com o Itaú e a Tembici. A inovação é um marco do Movimento Salvador Vai de Bike (MSVB), que há dez anos promove ações de incentivo ao uso de bicicletas e melhorias para os ciclistas que percorrem a capital.
As 30 bikes elétricas foram entregues pelo prefeito Bruno Reis durante a abertura do IV Fórum Salvador Vai de Bike, que acontece nesta sexta-feira (1º), no Shopping da Bahia. Até o prefeito aproveitou a oportunidade para experimentar a novidade.
“O movimento, associado a ações que a prefeitura implementou ao longo de dez anos, mudou a cultura da cidade. Estimulou um movimento para as pessoas utilizarem as bikes, seja para curtir a cidade, contribuir para a saúde, se deslocar e ir ao trabalho”, afirma Bruno Reis. Hoje, Salvador conta com 300 quilômetros de faixas exclusivas e 430 bicicletas públicas.
A capital baiana foi a quinta cidade do Brasil a aderir ao sistema compartilhado de bicicletas e a terceira a oferecer bikes elétricas à população. Quem tem as bicicletas como paixão e negócio, comemora as iniciativas. “Lutar contra o modelo de cidade que temos hoje é muito difícil e não é algo rápido, mas Salvador tem feito isso muito bem. Em uma cidade com tantas ladeiras, as bicicletas elétricas estimulam que mais pessoas pedalem”, diz Fernando José Lobo, cicloativista e fundador da ONG Transporte Ativo. Zé Lobo, como é conhecido, foi um dos palestrantes da quarta edição do Fórum.
“Em 2013, Salvador tinha pouco mais de 12 quilômetros de sistema cicloviário e hoje ultrapassamos os 300 quilômetros. Durante todos esses anos foram feitos trabalhos extenuantes pela prefeitura em conjunto com os ciclistas, o que mudou a cultura da cidade”, comemora Isaac Edington, coordenador do MSVB e presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur).
A capital baiana soma mais de 10 milhões de viagens feitas pelos usuários desde 2013, e o sistema compartilhado já recebeu o cadastro de mais de 450 mil usuários.
Plano Cicloviário
Durante o Fórum, o prefeito Bruno Reis anunciou que o Plano Cicloviário de Salvador será lançado neste mês. Ainda em setembro, o gestor vai assinar a ordem de serviço para que novos 30 quilômetros de ciclofaixas sejam construídos na cidade. A ideia é que as novas vias conectem faixas exclusivas para bicicletas que já existem na cidade. Um exemplo é a orla da Praia da Paciência, no Rio Vermelho, onde há um vácuo entre duas ciclofaixas.
“Ainda em setembro vamos dar a ordem de serviço para que as conexões sejam feitas em diversos pontos críticos da cidade e, com isso, vamos melhorar ainda mais a vida de quem anda de bike na nossa cidade”, diz o prefeito. O plano ainda prevê que, em dez anos, Salvador tenha 725 quilômetros de ciclofaixas.