SMS informa que UPA em Roma atende região e requalificou outras unidades do distrito
Sem Unidade de Saúde da Família (USF) e com Unidade de Pronto Atendimento (UPA) distante da região, a Associação Beneficente e Democrática dos Alagados de Itapagipe (Abdai) passou a fazer parcerias com médicos voluntários e organizações como a Fundação José Silveira, para oferecer atendimento à população local.
“Nós não temos posto de saúde da família para 200 mil habitantes”, explica Reginaldo Bonfim, líder da associação. “Priorizamos o atendimento e a qualidade de vida da nossa comunidade, porque isso tem faltado no atendimento público municipal”. Os atendimentos são realizados na própria sede da Abdai, pela equipe médica parceira, composta por clínicos gerais, ginecologistas, urologistas, cardiologistas, dentre outros especialistas. Também são realizados exames como ultrassom, eletrocardiograma, transvaginal, cujos equipamentos são providos pelos médicos.
Os serviços costumam ser ofertados de forma gratuita, ou com uma taxa acessível que varia de acordo com o procedimento. Ao todo, uma consulta e um exame podem custar R$ 20. Os moradores ainda contam com atendimento psicológico e terapia comunitária semanal. “A médica soube explicar tudo direitinho, o que precisava e mandou vir ao ginecologista. Marquei em um dia e no outro eu vim”, conta Leidsan Dalto, moradora do bairro.
Apesar da qualidade, a frequência dos atendimentos oscila, por depender da disponibilidade dos profissionais. “Eles disponibilizam a data e colocamos um aviso. Formamos um grupo no WhatsApp ‘Amigos do Abdai’ e a gente dispara os cards dos exames fornecidos”, explica Rosângela Shirley, uma das colaboradoras da associação e responsável pelo pré-atendimento.
“Eu sofri uma pancada na gestação, precisei de atendimento, fui pra UPA e não consegui”, conta Maiara Thaiane. Grávida de quatro meses, ela conta que procurou a UPA de Santo Antônio, a unidade mais próxima da região, a cerca de 2,5km. Sentindo fortes dores, ela relata que o local estava vazio, mas aguardou das 20h até meia-noite, voltando para casa sem atendimento.
Diante da situação, Maiara recorreu ao atendimento médico oferecido na sede da associação. “O atendimento foi excelente. Vim para um atendimento clínico e para uma ultrassom obstétrico”.
Para preencher o vazio assistencial, a Secretaria Municipal da Saúde informou que, após a decisão unilateral da gestão estadual de fechamento da UPA de Roma, a Prefeitura implantou a UPA Santo Antônio, com capacidade de atender cerca de 450 pessoas por dia. A SMS alegou ainda que a unidade conta com 200 profissionais, além de serviço de atenção domiciliar e acolhimento psiquiátrico de emergência.
O órgão afirma que foi feito investimento de R$ 10 milhões para construção da UPA, e que a unidade possui 4 mil m², 26 leitos, sendo 19 de observação adulto, cinco pediátricos e mais três de isolamento. Também aponta que, nos últimos anos, todas as unidades que compõem a rede de Atenção Básica do Distrito Sanitário Itapagipe foram requalificadas e ou ampliadas.