A estudante Cristal Rodrigues Pacheco, 15 anos, foi morta a cerca de 100 metros de onde reside, quando a estava a caminho da escola, no Campo Grande. Moradores da região que estavam no local relatam que tentativas de assalto como esta são comuns na área. Às 6h30, quando a vítima costuma sair para a escola, o risco é ainda pior.
Morador da região do Campo Grande há 11 anos, Ricardo, que prefere não revelar o sobrenome, reclama de uma escalada de violência por lá. Ele destaca ainda o fato da situação acontecer próximo ao Quartel dos Aflitos, sede da Polícia Militar da Bahia.
“Aqui é uma cracolândia, cheia de usuários de drogas que fazem esse assalto. E o poder público não faz nada. Não fecha a praça em frente ao Palácio como faz no Campo Grande e na Piedade. E a gente fica a mercê porque volta e meia tem assalto e ficamos expostos ao pior como aconteceu hoje. Isso debaixo dos olhos da PM, perto do comando deles”, desabafa o morador.
Outra moradora que desceu para ver o ocorrido foi Márcia Palma. Muito abalada com a cena, ela também reclamou do dia a dia de medo que os moradores vivenciam na área. “Todo dia é isso, gente. Não aguentamos mais. Eu tenho uma filha de 9 anos e poderia ser ela. Aqui a violência está muito grande, você não pode andar com uma bijuteria porque eles se confundem e acabam tentando assaltar. Eu mesmo, com minha filha, já sofri tentativa e tive que entrar em um condomínio pedindo socorro para me proteger”, relata.
Ainda segundo Márcia, a região do Passeio Público é um ambiente que tem a presença contínua de usuários de drogas. “Eles ficam aqui sempre. Esvaziou agora porque todos sabem o que ocorreu e saíram daqui. Mas aqui é assim e, quando eles estão com a cabeça nas drogas, vão para cima de você”, afirma ela, ressaltando que o Passeio Público é um problema para a segurança dos moradores da área.