Dados são do Monitor da Violência, criado pelo g1. Mesmo com queda 4,1%, este é o 5º ano seguido em que a Bahia têm maior número de mortes violentas
A Bahia apresentou uma queda de 4,1% no número de mortes violentas em 2023, mas segue como o estado maior registro deste tipo de caso no Brasil pelo 5º ano seguido. Os dados são do Monitor da Violência, índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base nas informações oficiais dos 26 estados e o Distrito Federal. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (12).
Foram registradas 4.848 mortes violentas na Bahia no último ano, levando em consideração homicídios dolosos (quando o assassinato é intencional), latrocínios (quando a vítima é assassinada para que o roubo seja concluído) e lesões corporais seguidas de morte.
Os dados apontam ainda uma média de 404 assasinatos por mês.
Mortes violentas na Bahia representam 12,2% em todo o Brasil
Ainda segundo o Monitor da Violência, as 4.848 mortes violentas na Bahia correspondem a 12,2% dos casos no Brasil (39.492). Em 2022, o estado resgitrou 5.057 mortes violentas.
Analisando a quantidade de habitantes do estado em 2023, um total de 14.141.626 pessoas, a Bahia contabilizou 34,3 mortes violentas a cada grupo de 100 mil habitantes.
Homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte
A maioria das pessoas vítimas de homicídios dolosos na Bahia é formada por jovens adultos negros. Segundo o g1, especialistas apontam que o envolvimento direto (por atuação) ou indireto (por morar em localidades onde há atuação) com o tráfico de drogas é a principal motivação destes assassinatos.
Em setembro de 2023, o secretário de segurança pública, Marcelo Werner, admitiu que a guerra de facções é a principal responsável pela violência no estado. À época, o bairro de Valéria, na periferia de Salvador, vivia uma onda de violência após uma operação terminar com um policial federal e quatro homens mortos. O território é alvo de duas facções criminosas.
Outro caso de grande repercussão foi a morte do dentista Lucas Maia de Oliveira, de 36 anos, em novembro, no apartamento em que morava, no prédio de luxo Celebration Garibaldi, localizado no Rio Vermelho, bairro boêmio da capital baiana.
O suspeito de cometer o crime foi preso quase um mês depois e contou para a polícia que tinha uma relação de amizade com a vítima, mas que os dois brigaram por causa de uma dívida por drogas no valor de R$ 100.
Vítimas de latrocínios
Em 2023, 63 pessoas morreram vítimas de latrocínio, quando criminosos assassinam para roubar os pertences.
Logo em janeiro deste ano, o técnico de enfermagem André Chagas Leite, de 26 anos, foi morto com um tiro na cabeça, no bairro Felícia, na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia.
Ele foi assaltado após comprar produtos em um supermercado. Duas pessoas suspeitas de cometer o crime foram presas ainda em janeiro, na cidade de Poções, a cerca de 70 km de Vitória da Conquista, onde o caso foi registrado.
