Geração distribuída é a geração elétrica realizada por consumidores independentes
A Bahia segue avançando na produção de energias renováveis. O estado alcançou, neste mês, a marca de 1 gigawatt (GW) de potência instalada na geração distribuída de energia solar, que é quando a geração é realizada por consumidores independentes, como residências, centros comerciais, indústrias, poder público, entre outros. O dado é da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e está disponível no Informe Solar Especial produzido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
A Bahia tem níveis de irradiação diária superiores a 6 kWh/m² e sua localização geográfica privilegiada a coloca como o 8º estado brasileiro com maior capacidade instalada para geração distribuída para fonte solar fotovoltaica e o 5º em quantidade de unidades consumidoras que recebem créditos. O secretário da SDE, Angelo Almeida, considera o resultado animador e destaca que ele reforça o potencial baiano para geração de energia elétrica através dessa modalidade. “A Bahia apresenta um extraordinário potencial para a produção de energia solar, aproveitando seu clima ensolarado durante a maior parte do ano, e se consolida no cenário nacional e global de energia renovável”, disse o gestor.
Todos os 417 municípios baianos apresentam unidades consumidoras de geração distribuída solar fotovoltaica, com destaque para Salvador, com 11 mil unidades; Camaçari e Feira de Santana, com 9 mil cada uma; Barreiras, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista, com 6 mil; Guanambi, Juazeiro e Ruy Barbosa, com 5 mil, e Porto Seguro, com 3 mil.
Economia
Entre os consumidores do município de Salvador, está a farmacêutica Wanessa Bandeira, que pontua o que a motivou a aderir à produção de energia solar. “Achávamos o valor da conta de luz bem alto. Você pagar R$ 700, sem contar a variação no verão, que é natural pelo aumento do uso de ar-condicionado, é um valor expressivo”, comenta, destacando que às vezes a fatura chegava a R$ 800.
Wanessa explica que essa realidade mudou e que além de economia, hoje ela tem mais qualidade de vida. “Financeiramente tem valido à pena, porque a gente baixou para uma conta de R$ 50. A gente consegue ter mais qualidade de vida, consegue usar melhor os nossos eletrodomésticos, sem ter que racionar para não ter sustos na conta de luz. Tem funcionado muito bem para nossa família. Tem atendido a gente perfeitamente e tem se mostrado uma excelente escolha”.
A funcionária pública Daniele Boaventura compartilha as placas solares instaladas na casa de sua sogra. Ela revela que o sistema praticamente zerou a conta de energia da residência oficial e o excedente da energia produzida, direcionado para a sua casa, tem lhe gerado uma grande economia. “A conta caiu de R$ 500,00 ou R$ 600,00 para um pouco mais de R$ 100,00”, comentou. O compartilhamento entre residências é possível, desde que os registros na companhia de energia estejam na mesma titularidade.
Bahia apresenta excelentes índices de geração centralizada
A Bahia também alcançou no mês de agosto 70 usinas em operação e 2,05 GW potência outorgada, energia capaz de beneficiar 7 milhões de habitantes. As informações são da CCEE e estão disponíveis no Informe Executivo de Energia Solar produzido pela SDE. O documento aponta ainda que o estado ocupa a segunda colocação na produção total de energia solar no Brasil e é responsável por 19,92% da geração nacional. Esse potencial deve ser ampliado. Atualmente, há quatro usinas em construção e 507 com construções a serem iniciadas. Os investimentos superam R$ 78 bilhões.
O Estado também avança na produção de energia eólica e se destaca com a maior geração total desse tipo de energia no Brasil. São 285 parques em operação que produzem 35,76% da geração nacional, segundo a CCEE. Existem 65 usinas eólicas em construção e 205 com construções a serem iniciadas. Os projetos têm investimentos na ordem de R$ 66 bilhões.
Ascom/SDE
Fotos: Divulgaçao/Enersol