Vereador quer que comissão da Câmara fiscalize obra da prefeitura
O vereador Carlos Muniz (PTB) solicitou ao presidente da Câmara Municipal, Geraldo Júnior, a formação de uma comissão da casa para apurar as denúncias envolvendo uma obra da prefeitura no subúrbio de Salvador, conforme denunciado por reportagem de A TARDE deste domingo, 16.
O projeto de saneamento básico e intervenções urbanas, chamado de Novo Mané Dendê, não estaria envolvendo os moradores da área na discussão sobre desapropriação e agindo para beneficiar apenas empresários da construção amigos da prefeitura de Salvador.
“Eu pedi ao presidente da Câmara que fizesse um comissão de vereadores, da base do governo e oposição, para que a Câmara tivesse um conhecimento melhor do que está acontecendo ali”, explicou Carlos Muniz durante participação no programa Isso É Bahia, da rádio A TARDE FM, nesta segunda-feira, 17.
De acordo com o vereador, a obra é importante, mas não pode representar sofrimento para a população local, cujos direitos têm de ser respeitados.
“A injustiça é a forma deles fazerem a desapropriação. Com todo o direito que a prefeitura tem de fazer isso, não pode fazer de qualquer forma”, destaca.
Chama atenção também, segundo Carlos Muniz, o fato do valor da obra já ter sofrido aumento, de R$135,4 milhões para R$ 150 milhões. O vereador afirmou ser necessário investigar a razão de novos aditivos contratuais.
“Não é possível que você evite pagar indenização aos morares em valor real e você dê prioridade a construtoras que ali estão porque são amigas do gestor da cidade”, questionou.
Neste domingo,A TARDE trouxe reportagem que mostra as mazelas provocadas pelas licitações das obras do Projeto Novo Mané Dendê, que estariam favorecendo a amigos e aliados políticos do ex-prefeito e candidato ao governo da Bahia, ACM Neto.
As denúncias geraram muitas críticas entre a oposição à prefeitura de Salvador. Políticos de diversos partidos questionam a falta de comunicação com a comunidade afetada pela obra, já que algumas pessoas estariam sendo inclusive forçadas a deixar as casas sem um acordo justo