Os casos vitimaram um médico no exercício da profissão e uma estilista em uma casa de show
Feira de Santana protagonizou dois episódios graves de violação de direitos no último fim de semana. No primeiro caso, uma mulher se recusou a ser atendida por um médico do Hospital da Mulher, alegando que o profissional era gay. No segundo, a estilista Flávia Sacramento foi agredida, física e psicologicamente, por um policial na casa de show Quintal dos Bambas, que ela costuma frequentar. Em suas redes sociais, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, manifestou repúdio aos atos de homofobia e de racismo contra os profissionais.
“Estamos atentos e reafirmamos nossa disposição para combater todo e qualquer tipo de violação de direitos no estado. Estamos em diálogo com a vítima, estou em diálogo com o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, e com a secretária de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães. Estamos todos empenhados para dar o encaminhamento necessário para as duas ocorrências”, informou o secretário Felipe Freitas, reforçando solidariedade e disponibilidade da pasta para as vítimas.
O comando da 67ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar) informou, em nota, que irá apurar a conduta do policial, ouvindo as partes envolvidas e as testemunhas. Ainda segundo a nota, o militar será afastado das atividades operacionais da unidade até a apuração dos fatos. O comando informou também que, mesmo a situação não tendo sido tipificada como violência doméstica, a vítima contou com o apoio e acolhimento de agentes da Operação Maria da Penha do CPRL (Comando de Policiamento Regional Leste).
“A homofobia e o racismo são práticas completamente intoleráveis numa sociedade democrática. Não podemos compactuar com esse tipo de comportamento que, lamentavelmente, foi tão estimulado nos anos do governo Bolsonaro. O governo do estado será firme na defesa de punição aos agressores e no apoio necessário às vítimas”, completou o secretário.
Entenda os casos
Uma paciente se recusou a ser atendida por um médico no Hospital da Mulher, alegando que ele era gay. Um outro médico plantonista do dia se solidarizou com o colega e a atendeu usando uma peruca e maquiagem, enquanto a vítima se dirigia a uma delegacia para prestar queixa contra a agressora.
O caso Flávia Sacramento – Na noite de ontem (4), a estilista Flávia Sacramento foi agredida, física e psicologicamente, por um policial militar, de quem ela alega acreditar que era amiga até o momento da agressão. Ela disse que os dois conversavam sobre política partidária, quando o agressor se exaltou e começou a agredi-la verbalmente para, depois, partir para a agressão física. A estilista disse que prestou queixa na DEAM (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) e, em seguida, fez exame de corpo de delito.