Uma criança de 2 anos está entre os casos confirmados de monkeypox – conhecida como varíola dos macacos – em Salvador. Ao todo, a cidade tem 13 casos da doença confirmados, sendo o maior número em toda a Bahia. O estado tem 19 casos de monkeypox, segundo a Sesab.
O diagnóstico foi confirmado na semana passada, informou o secretário municipal da Saúde (SMS), Décio Martins, em entrevista à TV Bahia, nesta segunda-feira (8). A criança tem o quadro estável e não apresentou complicações da doença.
Segundo o prefeito Bruno Reis, o caso está sendo acompanhado pela SMS. “Sempre que surge um caso, ele passa para o monitoramento permanente. Na semana passada lançamos o protocolo, para ações de prevenção e depois caso seja comprovado, o que fazer. A gente pede que as pessoas acessem o protocolo e se orientem”.
Protocolo em Salvador
Quem apresentar os sintomas deve procurar uma das unidades de saúde. Nos casos suspeitos, o paciente deve ser isolado, inclusive do contato com a família, até que o resultado do exame fique pronto. Talheres, roupas de cama e outros objetos não devem ser compartilhados. A recomendação é procurar ajuda médica assim que notar o aparecimento das bolhas. Elas não devem ser estouradas e podem ser higienizadas com água e sabão (confira mais abaixo).
A infectologista da SMS Adielma Nizarala contou que a doença tem um período de incubação, ou seja, em que mesmo infectado o paciente não consegue transmitir o vírus, que é o período assintomático. Depois que os sintomas surgem, a contaminação já é possível e permanecerá ativa até que a pele seja cicatrizada.
“A doença tem duas fases. Na fase inicial o paciente vai sentir dor de cabeça, dor muscular, dor de garganta, febre, sintomas bem comuns às viroses, e dura em torno de cinco dias. A partir disso, as lesões começam a aparecer, únicas ou múltiplas, e em locais variados. Podem se apresentar inicialmente como um ponto de vermelhidão que depois evolui para uma placa e solta as bolhas”, explicou.
Como a transmissão acontece através do contato com as feridas e também através das gotículas das vias áreas, é importante usar máscara. Nos casos leves, será usada medicação para tratar os sintomas, e nos casos graves, medicação específica. “A Organização Mundial da Saúde ainda não definiu uma necessidade de vacinação em massa, mas já temos alguns países utilizando em grupos específicos”, afirmou.
Procurado, o Ministério da Saúde informou, em nota, que está em busca de imunizantes, mas não informou quando eles serão enviados aos estados.
“O controle da monkeypox é prioridade para o Ministério da Saúde, que realiza o constante monitoramento da situação epidemiológica para orientar ações de vigilância e resposta à doença no Brasil. A pasta segue em tratativas com a OPAS/OMS para aquisição da vacina contra a doença. Desta forma, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) poderá definir a melhor estratégia de imunização para o Brasil”, diz a nota.