Pré-candidato a governador pelo PSOL fez proposições e criticou pré-candidatos “da máquina pública”
Ideias para melhorar a educação e a segurança pública da Bahia e críticas aos modelos de gestão adotados até então nessas áreas foram alguns dos temas que fizeram parte da entrevista com o pré-candidato do PSOL a governador, Kleber Rosa, no programa Isso É Bahia, na rádio A TARDE FM (103.9 FM). “Nós somos a chapa que se diferencia das outras pela nossa relação intrínseca com as demandas populares”, disse o psolista, que enxerga as pré-candidaturas de ACM Neto (União Brasil), Jerônimo Rodrigues (PT) e João Roma (PL) como produtos diretos das relações com a administração da máquina estatal nos níveis municipal, estadual e federal, respectivamente.
No entanto, o pré-candidato do PSOL enxerga que sua chapa está bem acompanhada com a aliança com a Rede e enxerga que determinados temas são inegociáveis. Na entrevista no Isso É Bahia, os temas educação e segurança pública foram os mais tocados. “Eu vivo o chão da escola. Há medidas simples que melhorariam a situação. Um exemplo: o governo insiste em fechar turmas com quarenta alunos. Ao passo que nós temos um excedente de professores”, criticou Kleber Rosa, que é professor e questionou as condições de trabalho dos profissionais de educação. “Precisamos também diminuir a carga horária dos professores, o que garantirá mais tempo para preparar as aulas”.
Ao falar de segurança pública, Kleber Rosa voltou a tratar do tema educação e enxerga que o setor deve ser gerido por quem tem experiência na área. “Precisamos desmilitarizar a educação. Existe um movimento feito pelo Governo do Estado nesse período que está entregando as escolas públicas para a gestão da Polícia Militar”. O pré-candidato e professor enxerga que tem faltado aplicar os legados de Paulo Freire e Anísio Teixeira nas instituições de ensino e enxerga que a melhoria da segurança pública deve ser via desmilitarização da polícia. “Precisamos de menos foco na ação bélica, que é promovida sobretudo pela Polícia Militar, e mais investigação”. O pré-candidato a governador pelo PSOL relatou uma observação feita por ele em um bairro de Salvador. “Se você for hoje no Serviço de Investigação da 28ª Delegacia, no Nordeste de Amaralina, um complexo gigantesco daquele com cinquenta mil habitantes, você vai ver cinco ou seis policiais”.
Kleber Rosa questionou as secretarias específicas de combate ao racismo, com a justificativa de que o combate ao racismo deve fazer parte de todas as secretarias. “O racismo é um fenômeno que não se expressa apenas pela relação pessoal. Ele é um fenômeno que opera nas relações institucionais, que reproduz desigualdades e que influencia inclusive a própria política pública pensada pelos entes governamentais”.
Ex-filiado do Partido dos Trabalhadores, tendo iniciado sua militância aos 16 anos, Kleber Rosa enxerga que o partido que governa o estado há dezesseis anos sofre desgaste e tem aproximação com setores que, segundo ele, se aproximam do carlismo, a exemplo da aliança com o PSD. “Alguém precisa representar e defender o povo”, disse.