vOntem (21), ocorreu uma audiência na Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) que debateu a importação de amêndoas de cacau originárias da Costa do Marfim pelo Porto de Ilhéus. Os produtores do estado alertam contra os possíveis riscos fitossanitários decorrentes da entrada do cacau africano no estado. Neste ano já chegaram à Bahia 13 mil toneladas do produto. Hoje (22), mais um navio atracará em Ilhéus com novo carregamento. Na reunião do colegiado, o vice-líder do governo na ALBA, Raimundinho da JR (PL), criticou a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) por não ter encaminhado um técnico para explicar os motivos para aprovação da importação das amêndoas do cacau.
“Nós não podemos tratar dessa forma os produtores de cacau da Bahia. Eu também sou produtor rural de cacau, lá no sul da Bahia, na cidade de Aurelino Leal, e não entendemos porque a Ceplac, um órgão fiscalizador, não enviou um técnico para vir a uma reunião dessa, que discute uma produção que é importante para a Bahia”, discursou o deputado.
A audiência foi proposta pelo deputado Hassan (PP) e atendeu solicitação dos produtores baiano, que têm lavouras em 126 municípios e estão apreensivos com a suposta falta de fiscalização fitossanitária autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), conforme dados revelados pelo parlamentar. Ele também informou que o Ministério emitiu nota técnica atestando que o cacau importado da África apresenta baixo risco de contaminação da lavoura nacional.
Entretanto, de acordo com a presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), Vanusa Lima Barroso, o Ministério foi incorreto ao atestar a baixa incidência de contaminação das plantações brasileiras.