Partido decidiu pelo rompimento diante do crescimento dos índices de violência sob a gestão do PT baiano
A executiva do PSOL na Bahia se reunirá nos próximos dias para discutir punições a filiados que não entregarem seus cargos na gestão Jerônimo Rodrigues (PT). Segundo apurou o bahia.ba, dentre outras penalidades, a sigla avalia expulsar ou suspender direitos políticos de quadros que não seguirem a orientação da nova diretoria pelo rompimento com o governo.
Anunciada há pouco mais de uma semana, a decisão oficializou a saída do conselho político em torno de Jerônimo Rodeigues, uma coalizão que agora reúne 11 legendas.
Na esteira do desembarque, o PSOL também confirmou que a legenda sairá com candidatura própria na disputa para prefeito de Salvador em 2024.
No ano passado, o partido lançou o nome de Kléber Rosa na corrida pelo Palácio de Ondina e garantiu a reeleição do deputado estadual Hilton Coelho na Assembleia Legislativa — onde a sigla diz que passará a adotar posição independente. No segundo turno, porém, apoiou o nome de Jerônimo Rodrigues.
Apesar do racha na Bahia, o PSOL continua a integrar a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Escalada da violência motivou cisão
O principal motivo para a cisão com administração do PT baiano é o crescimento dos índices de violência no estado.
A Bahia é líder de assassinatos nos últimos oito anos no país, com registro de pelo menos 49,5 mil homicídios entre 2015 e 2022. O número é 40% maior do que o do segundo colocado, o Rio de Janeiro, segundo dados do Ministério da Saúde.
A letalidade policial também explodiu no ano passado, com crescimento de 313%. Somente neste mês, mais 40 pessoas apontadas como suspeitas de crimes como homicídio e tráfico de drogas foram mortas pelas forças de segurança.