Além de se dizer contra a realização do carnaval em Salvador em 2022 por conta do andamento da pandemia de Covid-19, o secretário municipal de Saúde, Leo Prates, diverge do prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), em outro assunto: a PEC dos Precatórios.
“Do ponto de vista municipal nós não temos divergências alguma. Do ponto de vista federal, o União Brasil [fusão entre Democratas e PSL] é um partido que está independente em relação ao Governo Bolsonaro e nós somos oposição”, disse Prates, em evento da Prefeitura de Salvador em hotel no Campo Grande no final da manhã desta quinta-feira, 11. O secretário municipal de Saúde alegou que votaria contra a PEC e enxerga que o PDT tomou a atitude correta em se se opor.
O prefeito da capital baiana, que havia feito apelo à realização do Carnaval para que mais pessoas voltem a trabalhar e saiam de situação de extrema pobreza, diz confiar no substituto do Bolsa Família, programa criado em 2003 pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que já pagou sua última parcela no fim de outubro, após dezoito anos de existência.
“Sou totalmente a favor [da PEC dos Precatórios]. Vai lá na porta da secretaria de promoção social e veja quantas pessoas estão lá se cadastrando em busca do novo auxílio [Auxílio Brasil], famílias que perderam a renda, perderam seu emprego”. A vacinação contra a Covid-19 na Bahia e nos outros estados do Brasil tem avançado e aproximadamente metade da população já está totalmente imunizada, seja por ter tomado a segunda dose ou por ter tomado a vacina de dose única.
Para Prates, não é uma boa ideia romper com as pessoas por diferença de ideias. “Eu tenho relação do PSOL ao grupo de Bolsonaro, são todos os meus amigos, eu sempre digo a vocês que se eu tivesse que romper com quem pensa diferente de mim eu romperia com meu padrinho, que é uma das referências masculinas que eu tenho, que é um cara que é comunista”.
Seu correligionário, o deputado federal Félix Mendonça Júnior, chegou a votar a favor da PEC no primeiro turno, mas mudou o voto no segundo, o que não foi suficiente para impedir que o projeto que pode viabilizar o Auxílio Brasil fosse aprovado na Câmara. A votação no Senado deve acontecer em novembro.
O fato de parlamentares do PDT terem votado a favor da PEC fez com que Ciro Gomes interrompesse sua pré-campanha presidencial. Com relação ao carnaval, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), tem sido pressionado a dialogar com Bruno Reis para autorizar a festa momesca e recebeu um ultimado da Câmara de Vereadores, o qual o governador disse não aceitar.