Sem querer nacionalizar as eleições na Bahia, mas de olho no fundo eleitoral nacional do União Brasil para bancar sua campanha a governador do Estado, o pré-candidado ACM Neto participou ontem, 31, do lançamento da pré-candidatura de Luciano Bivar à presidência da República. Bivar é o presidente nacional da legenda criada após fusão do DEM com o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.
Diferente de todos os outros eventos do porte como uma candidatura presidencial, o ex-prefeito de Salvador, que é secretário nacional do partido, uma espécie de primeiro ministro, e principal liderança da sigla na Bahia, preferiu não fazer o uso da palavra no evento. A missão de representar a Bahia na esfera partidária foi delegada ao líder do partido na Câmara Federal, o deputado Elmar Nascimento. “É com muito orgulho que oferecemos ao Brasil a pré-candidatura daquele que é o melhor, mais preparado, mais competente, mais patriota e que irá representar melhor as expectativas do povo brasileiro”, exaltou Elmar.
Para o líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Osni Cardoso, o silêncio do ex-prefeito de Salvador, além da “estratégia” de não nacionalizar a sua campanha na Bahia, nos bastidores a informação é a de que a sua ida a Brasília se deu após ameaças da cúpula em dificultar o repasse de parte do fundo eleitoral que o União Brasil terá direito nas eleições.
“ACM Neto usa aliados como escada e busca vantagens pessoais nas relações que estabelece na política. Sempre foi assim. Tô com Otto quando ele diz que sem uma identidade não há porque pensar em apresentar um projeto para um estado como a Bahia e tô com Rui quando ele alerta que o ex-prefeito veste pele de cordeiro para tentar enganar os baianos, mas não vai. Aqui é Bahia, Neto!”, disparou o deputado Osni que definiu o tipo de aliança que o ex-prefeito estabelece na política: “relação tóxica”.