O secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, voltou a criticar a decisão do governo do estado que permite a presença de públicos nos estádios de futebol da Bahia. O gestor também mencionou a nova variante ômicron, do coronavírus, que com mais de 50 mutações é considerada preocupante pela Organização Mundial da Saúde.
“Eu quero separar as coisas, porque algumas pessoas, de má fé, misturam. Uma coisa é o carnaval e outra coisa é a questão dos eventos. Sobre o carnaval, a gente depende do momento. Com o aparecimento da ômicron e de todos esses problemas que nós temos acompanhado pelo mundo, nós achamos que não é o momento de ter nenhuma posição sobre o carnaval”, falou Prates em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia.
No último sábado, 27, o secretário de Saúde postou um vídeo da Arena Fonte Nova lotada (público de 30 mil) para o jogo entre Bahia e Grêmio, pelo Brasileirão. Ele apontou as aglomerações, a falta do uso de máscaras como problemas ignorados. Em seu questionamento, ele apontou uma possível incoerência, já que para outros eventos, o governo do estado permite a presença de no máximo 3 mil pessoas.
“Não me parece coerente falar em cautela e liberar 35 mil pessoas, e ainda sem fiscalização. O que nós estamos vendo fora dos estádios, são verdadeiros carnavais. São multidões saindo andando e logicamente isso nos traz preocupações. Ou se aumenta os dois [públicos], ou diminui os dois e, nesse momento, ninguém vai defender mais flexibilização. Nós estamos aí com a ômicron e não é o momento de flexibilizar nada, é o momento de atenção”, alertou o secretário.
“Nós sempre defendemos a ciência em primeiro lugar, mas, com todo o respeito, quem escreveu o decreto estadual desconsiderou a ciência”, acrescentou.
Ainda no sábado, 27, por meio de nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) se pronunciou sobre a presença do público nos estádios, afirmando que “acompanha o tempo todo indicadores que apontam a possibilidade de flexibilização de medidas restritivas para conter a Covid-19, ou ainda que mostrem a necessidade de que haja uma maior restrição. Entre os indicadores estão número de casos ativos, novos casos diários, taxas de cobertura vacinal e de ocupação de leitos”.