A pré-candidata a deputada federal, delegada Kátia Alves (União Brasil), criticou a falta de comando na segurança pública na Bahia. Em entrevista à rádio Sociedade na manhã de hoje, ela lembrou que o ex-secretário da pasta, Maurício Barbosa, foi afastado em 2020, acusado de envolvimento nos esquemas de venda de sentenças investigados pela Operação Faroeste.
Na avaliação da delegada, o atual secretário, Ricardo Mandarino, não definiu um projeto de segurança pública para o Estado. “Há um sucateamento da Polícia Civil, que vive um ‘estado de coma’, com o fechamento de delegacias à noite, finais de semana e feriado, deixando a população desassistida”, pontuou.
A pré-candidata afirmou ainda que hoje, na Bahia, mais de 10 mil homicídios estão sem autoria definidas por conta da centralização das investigações em um único departamento. “Isso gera impunidade, que, por consequência, gera violência”.
Ela disse também que os policiais militares estão cada vez mais desestimulados e com impactos na saúde mental, sobretudo pela desvalorização da categoria, que não tem reajuste salarial há sete anos.
Integração das polícias
Kátia Alves, que foi a primeira mulher a assumir a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, na gestão do então governador César Borges (1998-2002), defendeu também a integração das polícias Civil e Militar no combate ao crime.
“A polícia tem que trabalhar com inteligência. Tem que saber onde o crime acontece e como acontece, para agir de forma preventiva. Hoje, temos a disposição a tecnologia, a rapidez na comunicação, câmeras de monitoramento, que podem auxiliar nesse trabalho. Com as polícias trabalho juntas, o resultado é o melhor possível”, afirmou.
Ela reiterou que é preciso mudar o modelo de gestão da segurança pública no Estado. “Precisamos valorizar os policiais, que estão sendo desvalorizados, lembrando sempre que a segurança pública é responsabilidade do governador do estado”, concluiu.