O Transtorno de Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico, todas relacionadas com dificuldade no relacionamento social. Estudos internacionais apontam que uma a cada 36 crianças possuem algum grau de TEA e neste cenário, o Governo do Estado convocará os 417 municípios a implantarem ou expandirem o atendimento, bem como construirá 15 novos Centros Especializados de Reabilitação (CER) que serão unidades matriciadoras. A boa notícia foi divulgada nesta segunda-feira (4), durante uma reunião com Associações de Mães de pacientes com TEA, na sede da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Atualmente a Sesab possui três unidades matriciadoras, ou seja, oferta qualificação com características de educação continuada para profissionais da rede pública de saúde, a fim de que possam atender pacientes com diagnóstico de TEA em seus territórios de origem. Atualmente o Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA), o Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (Cepred) e o Centro Especializado em Reabilitação das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) funcionam como centros de treinamento e assistenciais.
De acordo com a diretora da Gestão do Cuidado da Sesab, Liliane Mascarenhas, “pessoas com TEA apresentam necessidades básicas e devem ser acolhidas, de preferência, inicialmente nas Unidades Básicas de Saúde e ambulatórios especializados. Em caso de necessidades específicas, devem ser encaminhados para os CERs”, explica a diretora.
Tipos de Autismo
De acordo com o quadro clínico, o TEA pode ser classificado em:
Autismo clássico – O grau de comprometimento pode variar muito. De maneira geral, os indivíduos são voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o ambiente e conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação. Embora possam entender enunciados simples, têm dificuldade de compreensão e aprendem apenas o sentido literal das palavras. Não compreendem metáforas nem o duplo sentido. Nas formas mais graves, demonstram ausência completa de qualquer contato interpessoal. São crianças isoladas, que não aprendem a falar, não olham para as outras pessoas nos olhos, não retribuem sorrisos, repetem movimentos sem muito significado ou ficam girando ao redor de si mesmas e apresentam deficiência mental importante.
Autismo de alto desempenho (também chamado de síndrome de Asperger) – Os portadores apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas numa medida bem reduzida. São verbais e inteligentes. Tão inteligentes, que chegam a ser confundidos com gênios porque são imbatíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam. Quanto menor a dificuldade de interação social, mais eles conseguem levar vida próxima à normal.
Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE) – Os indivíduos são considerados dentro do espectro do autismo (dificuldade de comunicação e de interação social), mas os sintomas não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais difícil.
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