‘Não se faz só aliança tendo nome em majoritária’, pontuou a deputada, que classifica partidos aliados como ‘timoneiros’ e ‘remadores’
Depois de muito vai e vem, nesta sexta-feira (11), com o secretário de Educação Jerônimo Rodrigues (PT) apontado como o nome indicado para substituir o senador Jaques Wagner (PT) na disputa pelo Palácio de Ondina nas eleições de outubro, a deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) afirmou que prefere aguardar uma posição definitiva do grupo para se manifestar a respeito da escolha.
“Lógico que vivemos momentos preocupantes e turbulentos, eu penso que quanto mais cedo for oficialmente anunciado, melhor pra quem vai remar a favor, quem vai trabalhar para a candidatura. Mas eu sou aquela que prefere o anúncio oficial, que como o governador já prometeu, será feito até o início da próxima semana”, declarou a parlamentar ao Bahia.Ba, durante a Feira Março Mulher, realizada na Cidade Baixa, em Salvador.
“A gente está na torcida que a decisão seja logo anunciada, porque isso já tranquiliza a base. Mas que seja uma decisão não apenas de nome, mas da base unificada para defender um projeto político que é vitorioso. A política tem esses altos e baixos, quando abre janela partidária tem outras preocupações, a não federacao… A gente tem uma série de coisas acontecendo em março”, ponderou a deputada.
Independente da escolha, Fabíola reafirmou que “o PSB é da base do governo e assim continuará” e defendeu um entendimento para superar as diferenças e manter a base unificada, incluindo o PSD, o PP e o vice-governador João Leão.
“Eu acredito que esforços tenham sido feitos e estejam sendo feitos pra isso. O vice-governador teve um papel fundamental, o PP também. É um partido importante, então eu acho que pode ser mantida a aliança”, avaliou Fabíola Mansur, sobre a permanência de Leão, com quem o governador Rui Costa (PT) disse também nesta sexta (11) estar mantendo diálogo e prometeu que chegará a “um entendimento”.
Questionada sobre a possibilidade do vice-governador migrar para o grupo de ACM Neto (União Brasil), ela disse que iria “lamentar muito”. “Eu espero que não. É claro que eu não participei dos acordos pra saber que acordo foi rompido com Leão, então fica muito difícil pra avaliar. Realmente, pela importância do vice-governador Leão, pela importância do PP aqui na Bahia. O PP aqui na Bahia declarou seu apoio a Lula, quer dizer, em contrário a tudo que a gente está vendo do PP nacional”, afirmou a parlamentar.
Independente do papel de cada partido na chapa e do nome definido para disputar o Palácio de Ondina, ela defendeu a união da base pautada no projeto político. “Não se faz só aliança tendo nome em majoritária”, argumentou a parlamentar, lembrando que é impossível contemplar todas as siglas nas vagas para o governo, vice e senado.
“Mas veja, o PSB não está na chapa e vai trabalhar pra eleição dessa chapa como um partido, junto com o PCdoB e do Avante, que colaborou para a vitória desse processo político que trouxe desenvolvimento pra Bahia em várias áreas. Então, o que a gente entende é que a gente tem que sair unido, sejam quais sejam os nomes”, disse a deputada, apontando “dificuldades” também no grupo de ACM Neto, que tampouco anunciou sua chapa.
Ressaltando a necessidade do anúncio oficial o mais breve possível, “com o menor ruído possível para além do que já causou”, ela pregou cautela. “Eu defendo muito a gente ficar em silêncio, porque existem partidos que são remadores nesse sentido, e existem outros que são timoneiros desse acordo. Então, deixar que os timoneiros consigam se afinar, até porque esse foi sempre o diálogo foi com Lula, com o PSD, com o PP, com o PT. Então o PSB dialogou, a gente chamou o conselho político pra tentar dialogar até pra tentar ser uma coisa menos traumática. Foi um pouco traumática sim, mas eu espero que o desfecho seja tranquilo. E a gente sabe, com a base unificada, quando a gente decide a gente vai pra cima e vamos ganhar a eleição”, afirmou a deputada.