A equipe de neurocirurgia do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, liderada pelo neurocirurgião Márcio Brandão, realizou uma técnica inédita na Bahia para tratamento de um aneurisma cerebral. O aneurisma cerebral roto trata-se de uma condição potencialmente fatal em que ocorre o rompimento de uma artéria do cérebro, levando o paciente a uma hemorragia intracraniana, necessitando de uma intervenção imediata.
O procedimento realizado no HGCA trata-se de uma intervenção inédita, ou seja, pioneira na Bahia tanto em hospitais públicos ou privados, e chama-se angiografia intraoperatória. As estatísticas norte-americanas indicam que a ruptura de um aneurisma tem um alto índice de mortalidade e sequelas. Com a incorporação da nova tecnologia, a cirurgia torna-se menos arriscada, trazendo esperança para a melhora do prognóstico dos pacientes com essa intervenção complexa e vital.
De acordo com Brandão, os principais desafios residiam na disponibilidade do equipamento especializado, um módulo de alto custo acoplado ao microscópio, estimado em R$ 400 mil, e na falta de equipes treinadas para esse tipo de cirurgia em hospitais que possuíam o recurso. “O procedimento consiste na injeção de contraste especial durante uma cirurgia para visualizar as artérias, pois, no momento em que o médico fecha o aneurisma que sangrou e coloca um clipe de metal, há o risco de o clipe fechar um vaso sanguíneo importante para o cérebro, o que pode ser detectado apenas no pós-operatório, causando lesões. Com essa técnica inédita, a equipe pode observar em tempo real a vascularização em torno do aneurisma e ajustar a posição do clipe para evitar danos”, explica o médico.
Allan França, neurocirurgião que participou do procedimento, informou que a cirurgia foi realizada em uma paciente de 42 anos, moradora de Feira de Santana, com um quadro grave de Hemorragia Subaracnoide (HSA). A mesma permanece com acompanhamentos médicos, em bom estado geral, lúcida, com boa recuperação, o que ilustra uma reversão muito positiva de um caso grave de ruptura de aneurisma cerebral. “Com o avanço tecnológico, a intervenção tem os níveis de complicação reduzidos, com ótima probabilidade de recuperação, evitando efeitos potencialmente danosos ao cérebro”, pontua o neurocirurgião.
A equipe de neurocirurgia comemorou os resultados do procedimento e benefícios da nova técnica, especialmente na redução do risco de complicações associadas à cirurgia de aneurisma cerebral. “A ruptura de um aneurisma é uma condição grave, frequentemente com alta taxa de mortalidade. Com a introdução da nova técnica, o risco adicional de danos causados pelo procedimento é minimizado. Após o sucesso da cirurgia pioneira, nosso planejamento é adotar a técnica como parte rotineira de intervenções em casos de aneurisma. A experiência e os resultados positivos servirão de estímulo para outros neurocirurgiões. Isso tem o potencial de melhorar os resultados das cirurgias de aneurisma em toda a Bahia”, celebra Brandão.
Ascom/HGCA
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