Prestação de contas e apelo à população baiana para se vacinar marcaram a audiência pública promovida pela Comissão Especial para Avaliação dos Impactos da Pandemia de Covid-19, na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (16). O debate contou com a participação da secretária de Saúde do Estado, Adélia Pinheiro, que apresentou dados da doença, respondeu aos questionamentos e frisou a necessidade de imunização de todos.
Adélia alertou para os números que mostram que entre o público-alvo de 12.732.254 pessoas com idade igual ou superior a 12 anos, 1.316.615 ainda não tomaram a primeira dose da vacina; 1.007.869 não tomaram a segunda; e 3.347.101 estão com a dose de reforço em atraso. A soma totaliza 5.671.585 milhões de pessoas com o esquema vacinal incompleto. Já entre crianças de 5 a 11 anos, em um público-alvo de 1.476.908 crianças, 768.397 ainda não foram imunizadas.
“Todas as crianças devem ser vacinadas e isso não está na esfera das escolhas, mas dos direitos delas. As pessoas perguntam muito quando poderemos tirar a máscara e eu respondo que será quando tivermos uma cobertura de pelo menos 80%, idealmente 90%, e isso parece estar longe”, lamentou a secretária, ressaltando ainda que talvez o uso de máscaras em ambientes fechados seja um legado da pandemia da covid-19.
Adélia atribui a resistência ainda grande por parte da população à vacina ao negacionismo da ciência, propagado pelo governo federal. “Esse negacionismo é intencional e tem direção no sentido de produzir mais desigualdade”, criticou.
A mesma pontuação foi feita pelo deputado estadual e presidente da Comissão da Covid, Angelo Almeida (PSB). “Junto com a pandemia da covid, vemos passar outra pandemia, que é a da desinformação. E é justamente por isso que é tão importante a presença da secretária nesta audiência, para propagarmos conhecimento”.
Com 1.519.949 de casos confirmados da covid na Bahia ao longo de mais de dois anos de pandemia, a secretária ressaltou que o governo do estado não mediu esforços para disponibilizar a estrutura necessária para atender a população, com disponibilidade especialmente de leitos. Para isso, foram empenhados dentre outros valores, R$ 529.256.809,97 do Fundo Nacional de Saúde para a Covid-19; R$ 1.795.368,94 de Recursos Vinculados ao SUS; e R$ 207.560.772,23 do Tesouro Estadual, correspondente a um terço dos recursos.
No momento atual, além de vencer a resistência à vacina para conseguir a máxima cobertura possível da população, Adélia reconhece a importância de aumentar os esforços públicos para cuidar de questões como a saúde mental associada à pandemia e todas as sequelas que estão sendo deixadas pela doença.