Desde que o Fogo Cruzado começou a atuar na Bahia, em julho de 2022, há 11 meses, o Instituto registou, na última segunda-feira (5), que Salvador e a Região Metropolitana chegaram ao marco de 1.000 pessoas mortas por arma de fogo. Maio foi o mês com o maior registro de pessoas mortas (115), e dezembro o mês de menor registro, com 54 mortes.
De lá para cá, o balanço total aponta que entre os 1.000 óbitos estão uma criança, 26 adolescentes, 12 idosos e 958 adultos. Três pessoas não tiveram a faixa etária informada.
As mortes registradas nesses 11 meses de atuação do Instituto tiveram como principais motivações homicídios/tentativas (769 vítimas); ações e operações policiais (376 vítimas); disputas (108 vítimas); tentativas/roubo (106 vítimas) e sequestros/ cárcere privado (11 vítimas).
Os homens são maioria, com 909 mortes, o que corresponde a 90,9% dos óbitos. Os dados registraram a morte de 82 mulheres (8,2%) nesse período, seguido do registro de outras nove pessoas que não tiveram gênero informado
Do total de mortos, 292 eram pessoas negras e 46 eram pessoas brancas. Não foi possível obter a identificação racial de 662 pessoas.
Entre as 1.000 pessoas mortas por armas de fogo, 33 eram ex-detentos; 17 agentes de segurança; 11 motoristas de aplicativo; 11 mototaxistas; 11 rifeiros; seis vendedores ambulantes; cinco entregadores / Motoboys, uma Grávida e um político.
Salvador lidera, com o maior número de mortes, o ranking dos 13 municípios que compõem a Região Metropolitana de Salvador:
- Salvador: 690 mortes
- Camaçari: 99 mortes
- Simões Filho: 42 mortes
- Mata de São João: 41 mortes
- Lauro de Freitas: 32 mortes
- Dias D’Avila 31 mortes
- Candeias: 30 mortes
- Vera Cruz: 13 mortes
- Madre de Deus: 8 mortes
- Pojuca: 5 mortes
- São Sebastião do Passé: 5 mortes
- Itaparica: 3 mortes
- São Francisco do Conde: 1 morte
Salvador concentra a maioria dos bairros onde foram mapeadas as vítimas, entre os bairros com maior número de vítimas estão:
● Fazenda Grande do Retiro: 33 mortes
● Sao Cristovão: 31 mortes
● Lobato: 27 mortes
● Beiru/Tancredo Neves: 20 mortes
● Rio Sena: 18 mortes
● Águas Claras: 17 mortes
A Secretaria de Segurança Pública afirmou que não comenta os dados apresentados pelo aplicativo “por não se tratar de um recurso oficial”. “Os dados gerados de forma indiscriminada e sem confirmação oficial podem produzir estatísticas distorcidas”, diz nota.