O trecho do BRT inaugurado na semana passada, de 4,4 quilômetros, custou R$ 283 milhões
O deputado estadual Robinson Almeida (PT), reeleito para um novo mandato no último domingo, 2, endossou as criticas do governador Rui Costa (PT) ao BRT e rebateu o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), sobre a operação teste do modal. Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, o deputado pontuou que o BRT da capital é um “fracasso”.
“O problema é de origem. Esse financiamente foi no período do governo Temer, em torno de R$ 1 bilhão. Havia necessidade de você ter um BRT cobrindo um mesmo destino que já é cumprido no metrô? O ex-prefeito (ACM Neto) foi buscar esse recurso em troca de apoio do golpe que ele deu ao impeachment da presidente Dilma (Rousseff). Esse primeiro tramo que foi entregue mostrou todos os erros que foram cometidos aos longos dos anos, tanto é que várias ações estão na Justiça por ausência de estudos de viabilidade econômica, ambiental e sustentabilidade. Hoje eu posso dizer que é um fracasso o BRT de Salvador. As estações vazias, a população não aderiu, não há demanda de fluxo naquela região. É um modal muito caro, um dos mais caros do mundo, e que não transporta pessoas”, afirmou Robinson Almeida.
O trecho do BRT inaugurado na semana passada, de 4,4 quilômetros, custou R$ 283 milhões, R$ 64,32 milhões por quilômetro. Ele liga o Itaigara ao Iguatemi. No local, hoje, observa o petista, as estações permanecem vazias, com pouco fluxo de passageiro desde o início da operação, o que sugere a ausência de estudos para viabilidade econômica do projeto.
“Há cerca de 12 anos atrás, Salvador tinha a pior mobilidade do Brasil. O Governo do Estado chamou para si a responsabilidade do metrô, com Wagner e Rui. O metrô virou realidade e hoje é um dos maiores do Brasil em termos de km por linha. A prefeitura criou muitos problemas, toda a cidade acompanhou os empecilhos. Além disso, não fez o seu dever de casa com os transportes, em uma licitação onerosa, colocando sob a população uma arrecadação indevida para a exploração de terceiros e isso inviabilizou o sistema. Ando nos bairros populares e a queixa é constante de que não há bônus. Não sei se por incompetência ou picuinha, a prefeitura não faz a integração com o metrô”, pontuou Robinson.
Além do custo beneficio, o sistema BRT (Bus Rapid Transit) recebe criticas por ter desmatado mais de 300 árvores centenárias e por sua interferência urbanísticas, com tamponamento de rios e os paredões de concreto. Na entrevista, Robinson ainda criticou o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), entre outros temas. Veja a entrevista completa abaixo.