Presidiários que ameaçaram quilombolas estariam a serviço de empresário local
Momento de tensão foram registrados por moradores de Riacho Santo Antônio-Jitaí, em Mata de São João, litoral norte baiano. O motivo do conflito foi uma disputa de terras quilombolas, que já perdura desde o ano de 2009. De acordo com o The Intercept, presidiários estariam entre homens a serviço de Paulo Roberto Souza, empresário local.
O empresário, que já ganhou uma liminar para reintegração de posse, chegou a ingressar com uma ação, alegando que os quilombolas devastaram uma área de proteção ambiental.
Os quilombolas atuais alegam que a terra é uma herança vinda de avós e pais, donos do local desde o ano de 1916, e que algumas famílias que estavam no momento do conflito, vivem no local desde o ano de 2016. Ainda de acordo com os quilombolas, homens teriam chegado ao local para cumprir uma “ordem judicial”, onde arrombaram portões e destruíram galinheiros.
Em maio deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que todas os atos julgados pela Justiça da Bahia, fossem anulados, pelo motivo de envolver áreas de quilombolas, e terem que ser resolvidos na esfera federal.
Ao The Intercept, o empresário Paulo Roberto Souza disse que desconhece quaisquer disputa de terra e classificou os quilombolas como “invasores”. Já a Policia Civil da Bahia, disse que a corregedoria apura o caso e vai analisar imagens e depoimentos para esclarecer o caso.