O deputado estadual Jacó (PT) foi o entrevistado desta terça-feira (24) do Jornal da Bahia no Ar, na Rádio Metrópole. Em conversa com José Eduardo, o deputado falou sobre o cenário político baiano e as articulações para as eleições de outubro.
Em um trecho da entrevista, o deputado falou que a disputa pelo Palácio de Ondina deve ficar entre o candidato de Lula, Jerônimo Rodrigues, e um candidato apoiado por Jair Bolsonaro. Sem citar nomes, Jacó sugeriu que apoiado pelo presidente pode ser o ex-prefeito de Salvador ACM Neto.
“Aqui na Bahia temos três candidatos. Temos um de Bolsonaro, um de Lula, que é Jerônimo, e um que a gente não sabe de onde é, que não tem lado, que tanto faz questão nacional se resolver, que [para ele] tá tudo certo. Agora está se revelando nos bastidores que, na verdade, [ele] está se articulando com Bolsonaro”, disse o deputado.
“Acredito que, aqui na Bahia, vamos ter uma disputa muito centralizada, correndo o risco de termos Lula, que é Jerônimo, e uma unificação dos dois outros candidatos, sendo candidatos de Bolsonaro. Um já é, e o outro está encoberto para enganar a população baiana. Sempre foi a ótica desse povo, querer enganar e iludir as pessoas”, finalizou Jacó.
Em outro trecho da entrevista, o deputado falou ainda sobre compra de votos no estado. Jacó contou que, por exemplo, que já viu na região do município de Irecê, no sertão da Bahia, um candidato oferecendo R$ 35 mil para receber apoio de um vereador.
“[A compra de votos] não vai acabar nunca, se institucionalizou e normalizou que só rico e quem tem dinheiro pode entrar na política. As pessoas acham que, se uma liderança não tiver dinheiro para dar uma certa básica, uma cirurgia ou qualquer tipo de favor, não tem condição de entrar na política. É uma dificuldade, a gente vê isso com muita força. Rodando na Bahia, a gente vê candidatos dando R$ 30 mil. Na minha região [Irecê], tem um candidato que dá 35 mil para um vereador apoiar. Teve um vereador aqui em Lauro de Freitas que eles ofereceram R$ 85 mil só para dar o apoio”, contou o deputado.
O deputado finalizou questionando “como a pessoa gasta R$ 8 milhões ou R$ 10 milhões e o salário de um deputado não dá R$ 800 mil no ano. Pra mim, essa conta não fecha”, finalizou.