O secretário municipal de Saúde de Cruz das Almas, Sandro Borges, pediu afastamento do cargo por 14 dias, alegando problemas de saúde. Ele não compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga quem atestou o óbito de um paciente na cidade de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano, em maio deste ano, ainda não conseguiu identificar a profissional.
De acordo com o presidente da comissão, vereador Paulo Oliveira Santos (PSD), hoje foram ouvidos um médico, dois fisioterapeutas e a coordenadora do Pronto Atendimento Covid que atuaram junto à suposta médica, no dia 5 de maio, data em que foi emitido o atestado de óbito de Ronaldo Teles.
O presidente da CPI considera que falta colaboração dos profissionais que atuaram no dia do óbito. ”Eles dizem que não conhecem, não viram, porque ela estava toda paramentada. Engraçado que essa mulher passou 24 horas paramentada para ninguém conseguir vê-la? Na verdade sabem, mas estão mentido por orientação dos advogados”.
Durante a sessão desta quarta-feira, os interrogados levantaram o nome do médico Henrique Calhau, coordenador do PA Covid na época do caso. ”Todos os interrogados hoje falaram nele. Já oficiamos ele duas vezes, mas sem êxito. Também enviamos uma carta registrada para cidade onde ele atua. Ontem, ele mandou uma nota por três advogados dizendo que estava em atendimento e não poderia falar. Se for o caso, vamos até Santo Antônio de Jesus ouvi-lo”, disse o presidente.
A CPI também pretendia, nessa quarta-feira, ouvir o secretário municipal Sandro Borges. Mas ele não compareceu e enviou um atestado médico, se afastando das atividades por 14 dias. O documento aponta como justificativa, hipertensão e transtorno de ansiedade. Em um ofício encaminhado à Câmara, o secretário diz que se coloca à disposição após o período de afastamento.
Falsa médica – De acordo com a CPI, instaurada em 24 de maio, uma falsa médica atuava na cidade utilizando a documentação da médica Alana Ferreira, que informou nunca ter atuado em Cruz das Almas. A própria médica procurou uma delegacia de Juazeiro, onde trabalha, e registrou queixa apontando ser vitima de falsidade ideológica e falsidade material de atestado ou certidão.
O presidente da comissão informou que já foi identificado um atendimento da falsa médica datado do dia três de março. À época, ela teria atendido um paciente, que recebeu um atestado e receita de medicação. Assim que o relatório da CPI for finalizado, será encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).