Senador baiano considera que o Exército foi “leniente” e diz que atos terroristas em Brasília são “absurdos”
Embora a situação em Brasília pareça controlada e os acampamentos bolsonaristas estejam sendo desmobilizados na manhã desta segunda-feira, 9, o risco de novos atos antidemocráticos exige uma resposta rápida do Congresso Nacional. O senador baiano Angelo Coronel (PSD) confirmou que vai votar a favor da intervenção federal nas forças de segurança do Distrito Federal, como decretado pelo presidente Lula (PT). A medida precisa ser analisada e aprovada na Câmara e no Senado Federal, em regime de urgência, para que tenha validade.
“Votarei a favor do decreto. Louvei a medida do ministro Alexandre de Moraes, que afastou temporariamente o Ibaneis, e consequentemente essa intervenção deve colocar alguém lá dentro que tenha energia e competência para combater esses atos”, explicou o político durante entrevista ao programa Isso É Bahia, da rádio A TARDE FM.
O senador classificou os atos que depredaram os prédios do Palácio do Planalto, da Câmara Federal e do Supremo Tribunal Federal como absurdos e que não podem se espalhar pelo país.
“Precisamos tomar cuidado para que eles não sejam irradiados para outros estados. Sabemos que o Brasil saiu dividido das urnas e que quem perdeu a eleição ainda está em estado de efervescência. Ainda não caiu na real que o presidente Lula foi o vencedor e aí a situação se agrava”.
Durante a entrevista aos jornalistas Jefferson Beltrão e Ernesto Marques, o político criticou as Forças Armadas por, desde o início dos acampamentos na porta dos quartéis, proteger os golpistas e permitir as ações terroristas em Brasília.
“Eu acho que o Exército foi leniente para tirar essas pessoas dali da frente e eles se sentem protegidos justamente por passar vários dias ali, sem nenhuma ação do Exército para tirá-los. Então pensam que tem um apoio, ainda que não seja externado, de uma força de segurança”.
Para Coronel, o governador afastado do Distrito federal, Ibaneis Rocha, foi uma decepção ao não conseguir evitar as cenas de depredação e vandalismo em Brasília.
“Ele como mandatário do estado deveria ordenar mais rigor e mais policiais nas ruas para tentar coibir isso. Sabemos que ele foi aliado do presidente Bolsonaro, então não seria um homem de confiança para que o Governo Federal colocasse essa questão da defesa sob seus ombros. Poderiam ter tido essa desconfiança e ampliar o contingente no dia de ontem e a partir de agora. Ibaneis pecou, foi omisso e o Anderson Torres pior ainda”, concluiu.