Em entrevista ao A Tarde nesta segunda-feira (20), o senador Angelo Coronel (PSD-BA) condicionou a permanência do PSD na aliança com PT e PP no estado à manutenção do posto do Senado, na chapa majoritária de 2022, para o seu correligionário Otto Alencar.
Perto de completar oito anos no Senado, o líder pessedista na Bahia terá seu mandato encerrado no próximo ano.
Na avaliação de Coronel, Otto teria condições de ser o candidato a governador do grupo, mas se predispôs a ficar com a vaga e tentar a reeleição.
“Eu espero que o nosso partido fique na majoritária para mantermos [a aliança]. Otto se predispôs a ir para a reeleição. Esperamos que nosso partido seja atendido. Se nosso partido não for atendido, significa que não querem nossa união”, declarou o senador.
A pouco menos de um ano da eleição, a composição da chapa majoritária do bloco do atual governador Rui Costa (PT) já é alvo de tensionamentos entre as três principais legendas do grupo.
Isso porque há quatro “caciques” para apenas três vagas: de candidato a governador, a vice e a senador. Para completar, o vice-governador João Leão, líder do PP no estado, bate o pé que será postulante ao governo baiano – posto que tem o atual senador e ex-governador Jaques Wagner (PT) como provável ocupante.
O político pepista também não poderá se candidatar à reeleição, já que já ocupou a vice-governadoria por dois mandatos.
Dessa forma, só restaria a Leão indicar um nome seu para o cargo, se a vaga para o Senado ficar mesmo nas mãos de Otto – que já descartou ser candidato a vice-governador.
“Torço para que Leão seja contemplado. Não sou contrário às aspirações do PP”, comenta Angelo Coronel, para quem o atual vice-governador pode, quem sabe, ocupar um ministério em um eventual governo de Lula (PT) a partir de 2023.
“Por que não? Leão poderia ser um ministro do Desenvolvimento Regional, por exemplo. É um grande quadro, engenheiro, experiente e com capilaridade”, aventou.
Questionado sobre a possibilidade de Rui Costa ser um possível indicado do estado para chefiar um ministério caso o petista seja eleito presidente, o senador pessedista respondeu que “a Bahia é grande, o quarto maior colégio eleitoral, comporta dois ou três ministros”.
Alba fora
Outra peça que costuma participar do tabuleiro, a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) – atualmente ocupada pelo deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) -, na avaliação de Coronel, não deve entrar nas discussões para a formação da chapa, já que a próxima eleição interna da Casa, em 2023, já será com uma nova composição.
“Não dá pra colocar Alba no meio. É outra história. Gente entrando, gente saindo…”, defende o senador.