Governo Federal está fazendo um pente fino para encontrar irregularidades
Cerca de 17 mil pessoas tiveram o benefício do Bolsa Família suspenso em Salvador, entre janeiro e julho. No começo do ano, o Governo Federal anunciou que faria um pente fino no programa para identificar fraudes. Na capital baiana esse foi o montante atingido até o momento, as informações foram divulgadas nesta sexta-feira (4).
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) disse que o corte do benefício tem provocado uma corrida da população aos órgãos municipais em busca de informações sobre o motivo da suspensão. O gestor comentou sobre o assunto durante a assinatura da ordem de serviço para a construção de um monumento em homenagem aos capoeiristas, no Comércio.
“Está havendo uma redução drástica do número de beneficiários do Bolsa Família. Já perdemos 17 mil beneficiários. Inclusive, no fim de semana, tivemos que fazer uma operação colocando três prefeituras-bairro para funcionar para atualizar os cadastros das pessoas que tiveram o benefício suspenso, para que eles possam comprovar que têm direito”, explicou.
Ele disse também que a Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) antecipou o horário de funcionamento para às 6h, por conta da demanda, e que uma unidade será montada no Comércio com 40 boxes para atender quem está com o benefício bloqueado. “É preciso deixar claro que a responsabilidade é exclusiva do Governo Federal pelo corte desses benefícios”, afirmou.
Em fevereiro, um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) mostrou que as fraudes na concessão do Bolsa Família geraram um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, o que levou o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) a pedir uma revisão de todos os dados do programa.
Em março, o MDS informou que iria antecipar os bloqueios de cadastros unipessoais irregulares. Naquele momento, o banco de dados contava com 8,2 milhões de pessoas que moravam sozinhas e recebiam o benefício. Em nota, o Ministério explicou que o objetivo é averiguar inconsistências na composição familiar.
“Caso seja constatado que os cadastros unipessoais são, na verdade, de pessoas que moram com suas famílias, o pagamento do benefício é descontinuado. Os bloqueios dos benefícios de quem não compareceu para regularizar o cadastro começam a partir de abril. Os cancelamentos dos pagamentos, quando a situação não for regularizada, serão efetivados a partir de julho”, afirmava a nota divulgada na época.