A abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar indícios de irregularidades no Ministério da Educação está deixando o clima agitado em Brasília, e nesta segunda-feira (4) o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil) comentou sobre o caso. O gestor afirmou que é preciso punir os corruptos, mas teme que a discussão se transforme em uma cortina de fumaça e atrase outras pautas importantes.
“Estamos num período pré-eleitoral, a menos de três meses das eleições, e toda CPI acaba virando um palanque eleitoral. Essa decisão cabe ao Congresso, a minha opinião não vai influenciar em nada, agora efetivamente o que precisamos é de resultados, quem cometeu crimes deve ser processado e punido. O que nós esperamos é que o congresso possa se debruçar sobre pautas importantes, como algum tipo de apoio para o desequilíbrio no óleo ou para o subsídio do transporte público, que já foi aprovado no Senado”, afirmou.
A expectativa é de que a matéria seja votada pelos deputados nesta semana. O prefeito comentou sobre assunto durante a entrega de uma geomanta, no bairro de Sussuarana Nova, nesta segunda (4). A primeira proposta pleiteava R$ 5 bilhões para os municípios subsidiarem o transporte público, mas a nova proposta, aprovada pelos senadores, reduziu o montante para R$ 2,5 bilhões.
Os gestores aguardam que a matéria seja votada antes do dia 18 de julho, quando o Congresso vai entrar em recesso. Bruno Reis está estudando de que forma o valor poderá amenizar os problemas do setor.
“Houve uma redução da participação dos municípios no recurso. Antes, era 80% para os municípios e 20% para os estados. Aumentou para 30% o percentual para os estados e reduziu para 70% o repasse para os municípios. A expectativa de Salvador era receber R$ 64 milhões e caiu para R$ 29 milhões. Vamos aguardar a aprovação pela câmara, ver como vai ser a regulamentação e se vai ter algum tipo de desconto no ICMS”, disse.
A CPI do MEC vai investigar indícios de irregularidades envolvendo o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro e pastores evangélicos suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção. O Governo Federal tem trabalhado para tentar evitar o desgaste antes das eleições, mas a decisão pela abertura da CPI cabe ao Congresso.