Para deixar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com “a cara do governo”, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pediu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, que o Golpe de 1964 passasse a ser chamado como “revolução” na prova. O pedido teria acontecido no primeiro semestre, segundo integrantes do governo ouvidos por reportagem na Folha de S. Paulo.
Equipes de servidores do MEC (Ministério da Educação) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) receberam o pedido de Bolsonaro através de Milton Ribeiro, mas as mudanças dos termos não aconteceram porque os itens passam por longo processo de elaboração, embora reportagem do Estado de S. Paulo tenha apontado que treze questões tenham sido removidas na prova deste ano.
Jair Bolsonaro é declaradamente apoiador da ditadura militar, que aconteceu no Brasil entre 1964 e 1985, além de se posicionar como crítico do conteúdo das provas do Enem, que segundo ele, é tendencioso. O ponto de vista do presidente da República, porém, não tem fundamentação na historiografia, já que para a ciência da história, o que o Brasil viveu durante 21 anos, entre os governos de Castelo Branco e João Figueiredo, se chama ditadura militar ou ditadura civil-militar.